Conheça quais são os tratamentos de excelência para enxaqueca, que vão de medicamentos à cirurgia, e opções que podem complementar a abordagem clínica.
A alta procura por tratamentos para enxaqueca é compreensível, uma vez que 95% das pessoas terão dor de cabeça ao menos uma vez na vida. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), entre as pessoas afetadas, as dores ocorrem pelo menos uma vez ao mês para 70% das mulheres e 50% dos homens.
A SBC e a Sociedade Internacional de Cefaleia estimam que existam mais de 200 tipos de dor de cabeça identificados, sendo que entre esses, o mais comum e conhecido é a enxaqueca.
Índice
A enxaqueca, também chamada de migrânea, apresenta sintomas bastante característicos, incluindo:
Alguns pacientes sentem sintomas associados, como náusea, vômito, tontura, e sensibilidade à luz e ao barulho.
Estima-se que a enxaqueca afeta cerca de 15% da população brasileira. Entre as mulheres, o problema é ainda maior: a prevalência chega a cerca de 25%, um número até três vezes maior do que o dos homens.
Embora a enxaqueca não tenha cura, pelo fato de ser desencadeada por diversos fatores, como predisposição genética, fatores hormonais, consumo de determinados alimentos, ou excesso de estresse, por exemplo, existem alguns tratamentos para enxaqueca que podem ajudar a controlar a doença. Conheça os mais promissores a seguir.
Um dos erros mais comuns de quem sofre com a enxaqueca é a automedicação. O uso excessivo de analgésicos provoca um aumento na frequência e na intensidade da dor, agravando a situação. Mesmo esses medicamentos sendo facilmente encontrados e comprados em farmácia, devem ser utilizados apenas quando indicados pelo médico.
Quando as crises não são muito frequentes, a terapia medicamentosa é uma opção, inclusive como tratamento preventivo. Podem ser prescritos pelo médico medicamentos, como analgésicos e anti-inflamatórios; as ergotaminas e os triptanos são os mais utilizados.
Quando as crises de enxaqueca se tornam muito frequentes, é comum a opção pelo tratamento preventivo, que pode ser feito com o uso diário de medicamentos e também com mudanças no estilo de vida.
A toxina botulínica é mais conhecida pelas suas aplicações estéticas; entretanto, a substância também tem sido usada em tratamentos para enxaqueca e outras questões de saúde.
A toxina botulínica interrompe a contração muscular ao fazer o bloqueio das sinapses neuromusculares na região aplicada. Nos casos em que a tensão muscular está associada às crises de enxaqueca, essa ação resulta no relaxamento de nervos.
O cirurgião habilitado fará a aplicação da substância em pontos da testa, nuca e cabeça. Os efeitos do tratamento duram, em média, de 4 a 6 meses.
Entre as diversas possíveis causas da enxaqueca destaca-se a incidência do estresse e tensão muscular, de forma que buscar manter um estilo de vida mais tranquilo é uma das recomendações.
Para tal, podem ser úteis as técnicas de relaxamento realizadas diariamente. A recomendação é fazer ao menos cinco minutos de respiração profunda e consciente.
Também, é possível recorrer à respiração quando estiver no início de uma crise, uma vez que essa técnica tem efeito calmante que pode ajudar no alívio das dores.
Entre os tratamentos para enxaqueca mais recomendados estão as alterações no estilo de vida, para ter uma rotina mais calma e com menos gatilhos às crises de dor de cabeça.
O primeiro passo é identificar o contexto no qual as crises são mais comuns, como ao se expor ao sol intenso, desidratação devido ao baixo consumo de água, exercícios físicos intensos, noites mal dormidas, ou até exposição prolongada às telas eletrônicas.
A manutenção de um estilo de vida saudável será ainda mais importante para pessoas com crises recorrentes de enxaqueca, o que inclui exercícios físicos regulares e de intensidade média, boas noites de sono, redução do consumo de bebidas alcoólicas, evitar o tabaco, controlar o uso de telas, especialmente à noite, e manter-se hidratado.
Identificando os principais gatilhos às crises de enxaqueca, é possível alterar os hábitos que mais impactam a saúde.
A alimentação é um aspecto central no controle das crises de enxaqueca. Alguns alimentos aumentam as chances de crises, como chocolate, gorduras, açúcares e café.
Assim, é importante identificar se há maior relação entre as crises e o consumo de algum tipo de alimento, de forma a reduzir o consumo.
Alimentar-se de forma saudável, com predominância de frutas, legumes, grãos, verduras e cereais, também vai ajudar na promoção da saúde, bem como definir horários para as refeições, evitando ficar muitas horas sem comer.
Algumas plantas e ervas têm ações calmante, anti-inflamatória e analgésica, podendo contribuir no alívio dos desconfortos relacionados às crises de enxaqueca. Algumas opções incluem:
Apesar de poder ser uma opção para acalmar e hidratar-se, o uso de chás não está entre os tratamentos para enxaqueca com respaldo científico, portanto, ainda que seja uma alternativa para promoção do bem-estar, não deve ser a única estratégia para controle e prevenção de crises.
Cada vez mais são difundidas fórmulas homeopáticas para dor de cabeça; todavia, não há evidências científicas para a indicação desse uso.
Uma análise feita em 2010, a partir de diferentes revisões sistemáticas sobre o tema, concluiu que a homeopatia não é mais eficaz do que um placebo. Com isso, verifica-se a baixa confiabilidade do método, ainda que os riscos de toxicidade sejam, em geral, baixos.
A acupuntura é uma técnica com efeitos analgésicos e anti-inflamatórios que pode contribuir nos tratamentos para enxaqueca que sejam tradicionais, mas dificilmente apresenta resultados quando realizada de forma isolada e sem orientação médica específica.
Um dos tratamentos para enxaqueca que vem sendo considerado uma opção mais eficaz e duradoura é a cirurgia. A cirurgia de enxaqueca é hoje realizada por diversos grupos de cirurgiões plásticos ao redor do mundo e em mais de uma dezena das principais universidades americanas.
A principal indicação para o procedimento é para pacientes com enxaqueca crônica, que consiste em pessoas que apresentaram três ou mais episódios de dor de cabeça por mês, nos últimos três meses, e que não apresentam resultados positivos com os tratamentos clínicos.
Parte dos pacientes pode não responder às medicações e parte deles, devido aos efeitos colaterais limitantes, não consegue manter o tratamento.
O objetivo da cirurgia para enxaqueca é reduzir a compressão de nervos responsáveis pela sensibilidade da face, pescoço e couro cabeludo. A irritação dos nervos estimula a liberação de neurotoxinas, gerando uma inflamação das estruturas ao redor do cérebro, o que causa sintomas como dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som.
Existem sete principais tipos de cirurgia para enxaqueca, a depender do local de início das dores. O procedimento pode ser feito na região frontal, temporal, rinogênica ou occipital (nuca). A frontal é a mais comum, realizada em pacientes cujo início das dores ocorre na área dos supercílios.
Na região temporal, as incisões são realizadas no couro cabeludo. Na rinogênica, destinada aos pacientes que apresentam dores que se iniciam atrás dos olhos, a cirurgia é realizada por dentro do nariz. Para quem tem dores que se iniciam na nuca, a cirurgia é feita na região occipital.
Estudos mostram que mais de 80% dos pacientes operados ficaram curados ou descreveram uma melhoria em termos de redução da frequência de crises ou da intensidade dos sintomas.
Dependendo dos locais tratados, a melhora pode ser imediata ou levar de algumas semanas a meses para ser notada, sobretudo quando o acesso é feito pelo nariz.
Os tratamentos para enxaqueca devem sempre ser indicados por um especialista. É preciso cuidado com a automedicação, que pode agravar o quadro, e também com opções sem evidências científicas.
Apenas um profissional capacitado pode avaliar as causas do problema e recomendar o tratamento adequado. No caso de cirurgia, o primeiro passo é procurar a indicação de um cirurgião plástico habilitado para esse tipo de procedimento.
É comum associar tratamentos para enxaqueca, de forma a buscar um prognóstico mais satisfatório, mas apenas um especialista poderá determinar as abordagens mais adequadas ao caso.
Saiba mais sobre esse e demais procedimentos realizados pelo Dr. Paolo Rubez agendando uma consulta!
Referências:
ABN – Academia Brasileira de Neurologia
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