A enxaqueca pode se manifestar com ou sem aura, uma alteração em que o paciente sente diversas mudanças sensoriais incômodas
A enxaqueca é uma doença neurológica, genética e crônica que se manifesta a partir de uma dor de cabeça intensa e incapacitante, podendo afetar um ou ambos os lados do crânio. O Ministério da Saúde estima uma significativa diferença entre enxaqueca com aura e sem aura no que diz respeito à frequência com que cada uma ocorre: 64% dos casos são de enxaqueca sem aura, representando a maioria dos pacientes com o problema.
Para entender melhor essas condições e como funciona o tratamento, é fundamental compreender qual a diferença entre enxaqueca com aura e sem aura. Entenda melhor a seguir:
Índice
A principal diferença entre enxaqueca com aura e sem aura é, certamente, a presença da aura — uma fase que antecede a dor característica da enxaqueca, sendo marcada por alterações sensoriais que se manifestam principalmente por meio da visão.
O paciente que sofre com enxaqueca com aura pode enxergar, por exemplo, pontos brancos, flashes de luz, imagens cintilantes, vista embaçada com manchas escuras e até mesmo imagens brilhantes em “ziguezague”. Estes sintomas são considerados sinais de alerta para a dor de cabeça da enxaqueca.
Além das alterações na visão, o paciente pode sentir fenômenos temporários como formigamento, dormência e perda de força. Esses sintomas geralmente duram entre 15 e 60 minutos e, conforme passam, é comum que se inicie a dor de cabeça e demais sintomas da enxaqueca.
A aura é um sintoma resultante das alterações neurológicas associadas à enxaqueca, sendo considerada um aviso fisiológico para uma crise de dor. Esta manifestação pode ocorrer antes, durante ou depois da dor de cabeça típica da enxaqueca, podendo ocorrer até mesmo sem a fase de dor.
Os principais sintomas da enxaqueca com aura são:
A enxaqueca sem aura é a manifestação mais comum da alteração e se caracteriza por uma dor de cabeça latejante e que pode se tornar incapacitante. Apesar da diferença entre enxaqueca com aura e sem aura ser justamente a alteração sensorial, a enxaqueca sem aura pode estar associada à sensibilidade à luz (fotofobia), ao barulho ou aos cheiros. O sintoma de dor pode ser agravado por esforço físico rotineiro, tais como subir escadas, agachar ou andar.
No que diz respeito ao tratamento, praticamente não há diferença entre enxaqueca com aura e sem aura. Ambos os tipos de manifestação são controlados por meio de medicamentos analgésicos, sendo indicado também que o paciente evite estímulos e situações que podem desencadear as crises.
Além disso, os pacientes que sofrem com o problema podem se submeter à cirurgia para enxaqueca, uma intervenção pouco invasiva que realiza a descompressão dos nervos trigêmeo e occipital, que estão diretamente envolvidos com os pontos de dor da doença. Este tratamento é indicado para qualquer indivíduo com diagnóstico de enxaqueca e que sofra com 2 ou mais crises severas de dor e que não são controladas por medicações.
Existem muitos fatores que podem desencadear uma crise de enxaqueca no paciente, não havendo uma significativa diferença entre enxaqueca com aura e sem aura neste quesito. É importante sempre observar as 48 horas que antecederam a crise, de modo a tentar identificar o possível causador do problema.
Em geral, os principais desencadeadores de uma crise de enxaqueca são:
Passar muito tempo sem comer pode gerar uma queda na taxa de açúcar presente no sangue, levando à produção de substâncias que causam dor.
Preocupações excessivas, ansiedade, estresse e irritabilidade podem ser apontados como desencadeadores de enxaqueca e devem ser evitados por pessoas que sofrem com o problema.
Alterações significativas na temperatura e pressão atmosférica também podem desencadear uma crise de enxaqueca.
A prática de exercícios físicos extenuantes também pode levar a uma crise, especialmente quando associadas à desidratação do corpo.
Os ciclos hormonais também podem fazer com que as mulheres tenham crises de enxaqueca. O problema tende a ser mais comum em pacientes que apresentam irregularidades hormonais, endometriose e ovários policísticos.
O consumo excessivo de cafeína e alguns alimentos, como chocolate, frutas cítricas, comida gordurosa, condimentados e itens gelados também podem agravar as crises de enxaqueca.
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Fontes:
Sociedade Brasileira de Cefaleia
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